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Inconsequente


Pintura "eggscapism" de Duy Huynh


Fico sem saber o que fazer
Completamente desarmado, desprendido, nulo!
No horizonte vejo já a tua ausência futura...
Como sorrirei sem a expectativa de encontrar os teus olhos no caminho dos meus
No início de cada dia?

Sinto que tudo é inconsequente...
Para quê acordar?
Para quê sentir?
Para quê interrogar-me assim?
Se amanhã, depois de ti, tudo será o sentido de não ter sentido...

Deitar e adormecer...
Apenas porque estou vivo...
Que o sublime já só está em livros e filmes.

Por aqui, o estabelecimento encerrou definitivamente,
Por insolvência da alma,
Hipotecada por conta da solidão.

Fui, ontem, a expectativa e a esperança.
Hoje sou a folha branca.
Por dentro, implodi!

Pedro Barão de Campos.